domingo, 9 de junho de 2013

PETROBRAS - Petrobras reduz produtividade das reservas.

 

 buscado no Blog De Um Sem Mídia 

 

Petrobrás reduz produtividade das reservas para justificar privatização

 

Data: 07/06/2013 
Colunista: Dalton Francisco dos Santos


Era dos gigantes do Brasil

A partir de meados de 2004, a extração total de petróleo do mundo deixou de se expandir. A curva definida pela extração mundial de petróleo diariamente tem permanecido relativamente plana desde meados de 2004 (Gráfico 1).


Gráfico 1 – Reservas Mundiais de Petróleo em 2009 (Fonte: EIA)

Uma análise recente da Cambridge-Energy Research Associates (CERA) estima que o declínio ponderado de extração de todos os campos de petróleo existentes no mundo foi de aproximadamente 4,5% em 2006 (CERA, 2007). A taxa de declínio da CERA está em concordância com o intervalo entre 4 a 6% ao ano, calculado pela ExxonMobil em 2004.

Já a Agência Internacional de Energia (AIE) chegou à conclusão de que a taxa média ponderada de declínio da extração mundial foi de 6,7% ao ano para os campos pós-pico (AIE, 2008). Isso significa que a taxa de declínio global seria menor, uma vez que muitas áreas petrolíferas não estão ainda em declínio como, por exemplo, o Brasil.


Gráfico 2 – Curvas do Sino das Bacias NNE e SSE do Brasil

A contribuição mais significativa para a extração total de petróleo no mundo é dada pelos campos gigantes. Os campos gigantes cadastrados no mundo até agora representam apenas 1% de todos os campos descobertos no mundo, e respondem por quase 2/3 da extração mundial de petróleo.

É a partir de 2007 que o Brasil entra na Era dos achados dos campos gigantes de petróleo no pós e pré-sal ultra-profundo. O Brasil é o único país do mundo em que a curva do sino (curva que mostra a extração diária de petróleo) ainda está em ascensão. No entanto, antes mesmo da confirmação destes gigantes, FHC (PSDB) já havia leiloado (privatizado), sob o regime de concessão, 29% do pré-sal ultra profundo.

Por outro lado, o Brasil ainda não pode ser considerado autossuficiente em petróleo. O Brasil já é o sétimo maior consumidor mundial de petróleo. Gasta diariamente 2,653 milhões de barris. E já tem capacidade comprovada de extração de 2,772 milhões de barris de petróleo por dia. Mas, o máximo extraído até agora pela Petrobras foi 2,019 milhões de barris por dia, em 2011, caindo para 1,977 milhão de barris por dia em 2012.

Ao assumir a Presidência da República, Lula (PT) mantém tudo que foi estabelecido por FHC (PSDB). Mantém o regime de concessão e realiza 6 leilões de campos de petróleo e gás, 50% a mais do que FHC, que realizou 4 leilões. O 8º leilão foi suspenso por um mandado judicial conseguido pela AEPET e patrocinado pelo falecido Dr. Luiz Antônio Castagna Maia.

No segundo mandato do governo Lula (PT) é implantado o regime de partilha do petróleo do pré-sal ultra profundo do Brasil. É sob o regime de partilha que Dilma (PT) quer leiloar (privatizar) os 71% do pré sal ultra profundo, já mapeado, ainda este ano (2013), incluindo os campos terrestres das bacias do NNE do Brasil que a ANP teima em chamá-las de maduras, sob o regime de concessão.

Ao contrário do que diz a Petrobrás: bacias petrolíferas maduras ainda não existem no Brasil


Gráfico 1 – Curva do Sino da Bacia de Sergipe e Alagoas

O Gráfico 1 contém o histórico de extração de petróleo em Sergipe e Alagoas e mostra também os lances decisivos do jogo de xadrez geopolítico. Pode ser observado que sempre há decaimento da extração de petróleo quando o governo precisa justificar a nação a aprovação de projetos de interesse do imperialismo.

No seio do conjunto da Política de Desinvestimento da Petrobras está a redução drástica do número de sondas de produção em Sergipe e Alagoas. É com tais sondas que é feita a limpeza dos poços de desenvolvimento dos campos de petróleo. Somente uma única destas sondas vai permanecer operando precariamente em Sergipe. Assim, o efeito é baixar ainda mais o volume da extração de petróleo na Bacia de Sergipe e Alagoas e jogar os trabalhadores na rua da amargura. De 2008 a 2012 a queda registrada foi de 17%. Igual queda foi confirmada na totalização da extração das bacias do Norte-Nordeste do Brasil.

Entre 2004 e 2012, a partir do governo Lula até o momento atual do governo Dilma, houve um decaimento da extração de petróleo nas bacias do Norte-Nordeste de 17%. É quando no segundo mandato do governo Lula é implantado o regime de partilha do petróleo do pré-sal ultra-profundo do Brasil.

O campo de petróleo de Carmópolis, único campo gigante da porção terrestre do Brasil, foi achado pela Petrobrás em agosto de 1963. No início de 1964 foi disparado o golpe militar para defender apenas interesses econômicos e comerciais do imperialismo, principalmente dos Estados Unidos da América.

Descoberto o campo gigante de Carmópolis (1963), a partir de 1966 até 1970, a extração de petróleo cresce 993%, sai de 2.831 para 30.954 barris por dia, na Bacia de Sergipe e Alagoas. No ano de 1970, o time da seleção de futebol do Brasil retornou do México como tri campeão mundial e a palavra de ordem da ditadura militar aqui era: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Escondidos desta eufórica alegria nacional, milhares de trabalhadores estavam sendo assassinados e torturados pela ditadura militar instalada no Brasil, em seus porões. O presidente ditador era Emilio Garrastazu Médici (1969/1974). Nesta época e durante todo o período do regime repressor quem escolhia o presidente ditador do Brasil eram os generais da ditatura militar.

Mesmo depois do fim do “milagre econômico” (1968/1973), a extração de petróleo em Sergipe e Alagoas continuou crescendo até 1977, atingindo o patamar de 53,4 mil barris por dia. O novo presidente ditador era o general Geisel (1974/1979), criador dos contratos de “riscos” com as multinacionais petrolíferas dos países imperialistas. Elas nada investiram; logo, nada encontraram. Por isso, foram indenizadas. Deixando o prejuízo para o povo brasileiro. Quem descobriu a bacia de Campos foi a Petrobras. Entre 1977 e 1987, a queda da extração de petróleo em Sergipe e Alagoas foi de 11%.

Em 1986, a extração de petróleo em Sergipe e Alagoas chegou ao volume de 65,7 mil barris por dia. É a partir do governo Sarney (1985/1990), forte aliado da ditadura militar, quando, de fato, inicia a preparação da entrega do petróleo do Brasil.

Comparando o histórico de extração de petróleo em Sergipe e Alagoas com o da totalização das bacias do Norte-Nordeste, constatamos quão influente é a extração da bacia de Sergipe e Alagoas (UO-SEAL).


Gráfico 2 – Curva do Sino das Bacias do NNE do Brasil

Neste momento, o que está à vista é a expectativa do governo Dilma reduzir ao extremo a extração de petróleo em Sergipe e Alagoas. E, consequentemente, a do conjunto das bacias do Norte-Nordeste, a fim de propagandear que essas bacias estão maduras e que, por isso, devem ser privatizadas. Na verdade, todas essas bacias ainda não alcançaram seus picos de petróleo; ou seja, há muito petróleo ainda para ser extraído guardado nelas.

A partir do governo Sarney até a quebra do monopólio estatal do petróleo a queda na extração de petróleo em Sergipe e Alagoas foi de 35%. Certamente que seja este degrau que o governo Dilma pretenda atingir para entregar também o campo gigante de Carmópolis e outros campos do Norte-Nordeste do Brasil para as multinacionais dos países imperialistas.

Dilma, leilão é privatização. O petróleo tem que ser nosso. Queremos a Petrobras 100% Estatal e sob o controle dos trabalhadores.
 
 

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