segunda-feira, 11 de março de 2013

EUA - A nefasta ingerência americana na América Latina

 

buscado no Blog De Um Sem Mídia






Carlos Frederico Alverga

Escrevo esse comentário sob o impacto de ter visto o documentário do cineasta australiano John Pilger, “A guerra na democracia”. O filme denuncia a imensa e nefasta lista de intervenções dos Estados Unidos na política da maior parte dos países latino americanos.


Os exemplos são incontáveis: Guatemala 54; Brasil 64; Chile 73; Nicarágua 78/79; El Salvador no Governo Reagan (primeiro mandato), entre 80 e 84 etc. Mas o interessante é que Pilger baseia o filme nas relativamente recentes reações políticas ocorridas em países latino- americanos contra as políticas econômicas ditadas pelo FMI, pelo Banco Mundial(este, repartição do Governo americano), pelo Consenso de Washington e pelos Estados Unidos, todas orientadas pelo neoliberalismo e pelo dogma de que o Estado não deve regular a economia capitalista e que deve sempre prevalecer o livre mercado.

O diretor australiano destaca os exemplos da reação popular na Venezuela, em 2002, quando houve o golpe contra Chávez, com participação direta da CIA, e na Bolívia, quando, reagindo contra um massacre de camponeses, o povo indígena depôs o presidente pró EUA e depois elegeu Evo Morales. (Um outro excelente filme sobre o povo depondo Presidentes é o “Memórias do Saqueio”, do diretor e deputado argentino Fernando “Pino” Solanas).

O aspecto que achei interessante no documentário foi o enfoque dado pelo diretor australiano no sentido de que esses movimentos não foram eventos isolados, mas consistiram numa reação quase que deliberada contra os efeitos deletérios do neoliberalismo na América Latina. Nesse movimento, pode-se incluir as duas eleições de Lula no Brasil e as eleições de Rafael Correa no Equador e de Olanta Humala no Peru.

AS MISSIONES DE CHÁVEZ

No caso da Venezuela, apesar do déficit democrático decorrente de um predomínio do Poder Executivo sobre o Legislativo e, principalmente, o Judiciário, houve fatos positivos e ganhos efetivos para a população de baixa renda da Venezuela, o que foi causado pelo fato meritório e louvável de Chávez ter usado o dinheiro arrecadado com a exportação do petróleo pela empresa estatal PDVSA para financiar políticas sociais, principalmente as denominadas Missiones, que reverteram em benefícios inegáveis para a população pobre venezuelana.

O documentário representa o “basta” que os latinos-americanos deram ao receituário econômico neoliberal de privatização indiscriminada, desregulamentação financeira (que redundou na crise financeira depois econômica global de 2008) e trabalhista, elegendo governos de esquerda no Brasil, na Argentina, na Bolívia, no Uruguai, no Equador, no Peru, na Nicarágua, o que representa um movimento generalizado de reação contra os malefícios econômicos provocados nesses países pelo neoliberalismo econômico.
O filme também aborda com destaque a ditadura militar de Pinochet no Chile, que a mídia amestrada considera o modelo econômico a ser seguido, no qual a Previdência Social foi privatizada, salientando as enormes desigualdades e iniquidades sociais que caracterizam o panorama social e econômico chileno.

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