quinta-feira, 31 de maio de 2012

Luana Tolentino: “Nunca duvidei que eu podia e merecia muito mais. Batalhei. Revidei. Virei o jogo”

buscado no Viomundo



Luana Tolentino: “Nunca passou pela minha cabeça que eu seria empregada doméstica pra sempre. Eu me via fazendo as coisas que eu faço hoje. Juro! Quando lavava o banheiro, por exemplo, ficava imaginando a roupa que eu vestiria para fazer uma palestra – camisa branca, calça social e um scarpim de salto alto (risos)”. Foto: Vanda Godoy


por Conceição Lemes
Luana Tolentino tem 28 anos, é historiadora, professora da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais, pesquisadora da UFMG e militante do movimento negro.
Aos 18, quando entrou na Faculdade, já havia lido Sartre, Dostoievski, Jorge Amado, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Antonio Candido, Zélia Gattai, Nelson Rodrigues. Conhecia muito de música brasileira: Chico Buarque, Dolores Duran, Elis, Paulinho da Viola. Seu interesse era pelo “lado B” da obra desses artistas. “Afinal de contas, o ‘lado A’ todo mundo conhecia”, justifica-se.
Os leitores assíduos do Viomundo já devem ter cruzado com ela nos comentários ou lido algum dos seus textos que publicamos. Estreou aqui com Carta aberta ao grupo antiterrorismo de babás, que nos submeteu por e-mail. O mais recente foi Martinho da Vila, o PT e eu.
Altiva, inteligente, talentosa, inquieta, pronta a combater injustiças e exercer sua cidadania. São características que saltam à vista em Luana e no que ela faz. Encanta. Emociona. Dá esperança no futuro.
A médica, escritora e feminista Fátima Oliveira, com o seu superolho clínico, notou-as, claro.  Tanto que, semana passada, recebi um e-mail seu com esta mensagem: “Olha a Luana Tolentino de BH, que de vez em quando escreve para o Viomundo!”
Junto o link da matéria do IG, onde Luana era uma das entrevistadas. Ela participou das pesquisas para a construção do núcleo de empregadas domésticas da novela “Cheias de Charme”, da TV Globo.
“Foi por culpa do Viomundo”, graceja. “A pesquisadora chegou até mim por causa do texto das babás. Ela estava fazendo uma pesquisa sobre o trabalho doméstico no Brasil e queria saber da minha história, das minhas experiências para construção do núcleo de empregadas domésticas.”
A filha caçula da dona Nelita e do seo Nicolau, irmã do Dennis (o mais velho, é enfermeiro) e da Miriam (a do meio, estudou Nutrição), trabalhou dos 13 aos 17 anos como babá, empregada doméstica e faxineira. Passou maus bocados.
“Comecei aos 13 anos. Cuidava de duas primas e fazia alguns serviços domésticos. Ensinava o dever de casa e levava a mais velha para a escola. Chegava às 8h e saía às 18h. Em seguida ia para o colégio”, relembra. “Vivíamos uma fase muito difícil. Meu pai desempregado. Chegamos a ficar dois meses sem água nem luz. Quando meu pai conseguia pagar algumas contas, passava um mês e eles vinham cortar de novo. Às vezes não ia para a escola porque não tinha água para lavar o uniforme. Uma luta.”
“Eu fui muito humilhada em uma das casas em que trabalhei. E o pior: por uma criança de 10 anos. A mãe não falava nada. A menina deixava as coisas espalhadas só pra eu catar e ainda dizia: ‘Você é a minha empregada. Se não estiver satisfeita, tem muita gente querendo trabalhar’”, abre-se. “Tinha a obrigação de ir buscar o pão todos os dias. As pessoas da casa não comiam o pão amanhecido, que ia sendo armazenado em uma gaveta. Um dia, havia acabado de trazer o pão, fui pegar um pra tomar café. A menina com o dedo em riste falou: ‘Pode deixar esse pão aí. O seu está na gaveta!’ Os pães estavam mofados (lágrimas)… Cheios de bolor (lágrimas).”
“Esse é um assunto do qual me lembro só quando a memória me cobra, como agora. Não vejo sentido em ficar recordando algo que me machuca. O que me interessa é o que eu consegui fazer da minha vida. O barato não está no fato de eu ter sido empregada doméstica e agora estar dando esta entrevista, mas no fato de eu nunca ter duvidado de que aquela não era a vida que eu merecia, que eu podia muito mais”, apruma-se, limpando as lágrimas. “É como se tivesse uma voz no meu ouvido que dissesse: ‘Vai, Luana. Olha pra frente. Segue. Caminha’.”
Luana ainda tem cabelinho nas ventas. Outro dia, numa solenidade na UFMG, encontrou um vizinho, que, ao vê-la lá, perguntou espantado: “O que você está fazendo aqui?” Ela respondeu: “MEU LUGAR É AQUI!”
Com certeza. Luana representa o Brasil que desejamos. Brasil de cidadãos e cidadãs conscientes do seu valor e de seus direitos. Mulher, negra, de origem humilde, trabalhadora, que soube se impor e deu uma virada na sua vida.  Mas que não se acomoda. Batalha solidariamente para que outros consigam também. Vocês  vão ouvir falar muito – e BEM! – dessa mineira de BH, que deu boas risadas durante a nossa conversa, mas que também lacrimejou várias vezes (desculpe-me, por isso, Luana!) ao recordar certos períodos da sua vida. Eis a íntegra da entrevista.

Viomundo — Quem é Luana Tolentino hoje?
Luana TolentinoUma pessoa muito VIVA. Acho que é o que melhor me define. Uma pessoa inquieta, angustiada com as injustiças e certa de que falta muito para termos, de fato, um país democrático, mas que, sem sombra de dúvidas, estamos no caminho certo.

Viomundo — O que é ser mulher e negra no Brasil 2012?
Luana Tolentino — Elisa Larkim, que é outra pesquisadora, diz que “a situação da mulher negra é o próprio retrato da femininização da pobreza”.
Eu concordo. Ao longo da história, a mulher negra sempre teve sua imagem ligada à sexualidade, ao erotismo e ao exotismo, ou comercializada como produto de exportação de baixo custo. Basta ver a forma como é representada nas telenovelas, no cinema e na literatura. Pesa, de forma descomunal, sobre os nossos ombros os quase quatro séculos de escravidão a que a população negra foi submetida.
Há sempre a expectativa de que ocupemos posições subalternas, que estejamos sempre prontas para servir os outros. Mesmo depois de ter deixado o trabalho doméstico, ao me dirigir a alguns prédios da Zona Sul de BH,  por diversas vezes,  fui interpelada pelos porteiros: “Você é a nova faxineira do prédio?” Quando ascendemos socialmente, somos sempre vistas como pessoas “fora do lugar”.
Aliás, outro dia, numa solenidade na UFMG, encontrei um vizinho, que, ao ver-me lá, perguntou espantado: “O que você está fazendo aqui?” Eu respondi: “MEU LUGAR É AQUI!”
Além de lutar contra o machismo, temos que lutar contra os preconceitos de raça e classe. Somos triplamente discriminadas.
Vejo a criação dos grupos de Mulheres Negras na década de 1980 como um divisor de águas da nossa história. A partir do momento em que as mulheres negras não se viam representadas no Movimento de Mulheres, começaram a fundar suas próprias organizações e, assim, deram maior visibilidade às nossas especificidades. Minha mãe estudou apenas até a segunda série do fundamental. Eu e minha irmã chegamos à universidade.

Viomundo — Na sua casa, são quantos?
Luana Tolentino — Sou gêmea univitelina, mas a minha irmã não está mais aqui. Então somos 3. Dennis, meu irmão mais velho,  é enfermeiro. A Miriam, minha irmã do meio, estudou Nutrição. E eu, a filha caçula. Minha mãe estudou somente até a segunda série e meu pai terminou o ensino fundamental. Sempre trabalharam no comércio. Ambos têm hoje um pequeno restaurante.
 
Viomundo — Com quantos anos começou a trabalhar?
Luana Tolentino — Aos 13, como babá, na casa de uma tia. Cuidava de duas primas e fazia alguns serviços domésticos. Ensinava o dever de casa e levava a mais velha para a escola. Chegava às 8h e saía às 18h. Em seguida ia para o colégio. Vivíamos uma fase muito difícil. Meu pai desempregado. Chegamos a ficar dois meses sem água e sem luz. Às vezes não ia para escola porque não tinha água para lavar o uniforme. Uma luta.
Depois, com a situação ainda muito difícil, comecei a trabalhar como empregada doméstica. Chegava às 7h e saía às 18h. Era muita coisa pra fazer. Eu tinha 15 anos. Lembro da primeira coisa em que a dona da casa me disse: “Você pode trabalhar aqui, mas não temos condições de assinar a sua carteira”. Essa é uma realidade muito comum no serviço doméstico. Depois, fui trabalhar como faxineira em dois apartamentos num bairro de classe média alta. Chegava às 7h e saía, no máximo, às 15h, pois apartamento não tem quintal para limpar, né?

Viomundo — Sei que passou maus bocados em alguns desses empregos.
Luana Tolentino — Esse é um assunto sobre o qual normalmente não falo, exceto quando a memória me cobra, como agora.

Viomundo – Por quê?
Luana Tolentino – Eu não vejo sentido em ficar lembrando de algo que me machuca. O que me interessa é o que eu consegui fazer da minha vida. Acho que o barato dela não está no fato de eu ter sido empregada doméstica e agora estar dando essa entrevista para você, nas no fato de eu nunca ter duvidado que aquela não era a vida que eu merecia, que eu podia muito mais.
Acho que aprendi muito cedo que devemos sempre olhar pra frente. É como se tivesse uma voz no meu ouvido que dissesse: “Vai, Luana. Olha pra frente. Segue. Caminha”.
É assim que levo a minha vida. Acho que é por isso que não tenho mágoa de nada nem de ninguém.
Mas, inegavelmente, a fase de doméstica foi uma época muito difícil. Em uma das casas em que trabalhei fui, particularmente, muito humilhada. E o pior: por uma criança de 10 anos. A mãe dele era indiferente a isso. Não falava nada. A menina deixava as coisas espalhadas só pra eu catar e ainda dizia: “Você é a minha empregada. Se não estiver satisfeita, tem muita gente querendo trabalhar!”
Tinha a obrigação de ir buscar o pão todos os dias. As pessoas da casa não comiam o pão amanhecido, que ia sendo armazenado em uma gaveta. Um dia, havia acabado de trazer o pão, fui pegar um pra tomar café. A menina com o dedo em riste falou: “Pode deixar esse pão aí. O seu está na gaveta!” Os pães estavam mofados (lágrimas)… Cheios de bolor (lágrimas).
A casa era imensa. Três banheiros e um quintal enorme que tinham que ser lavados todos os dias. Um dia fui calçar os sapatos para ir para escola e não consegui. Senti muita dor. Quando vi, de tão rachados, meus pés minavam sangue. Chegava às 7 e saía às 18h. Minha patroa (odeio essa palavra!) dizia que eu era muito mole.
Não esqueço do último dia em que trabalhei lá. Estava no andar de cima e ela, lá embaixo, dizendo que eu era mole, que mexia nas coisas dela, que havia comido as maçãs que estavam na geladeira. Tudo mentira! Eu já não aguentava mais. Trêmula, desci as escadas. Era a hora do almoço. Falei pra ela (lágrimas): “Esse é o último dia que eu trabalho aqui”. Se fazendo de desentendida, ela perguntou: “Por que você não me falou antes, Luana?” Eu respondi: “Estou indo embora porque ouvi você dizer que eu mexo nas suas coisas e comi as maçãs que estavam na geladeira. Coisa que nunca fiz!”
Virei as costas e fui embora correndo. Não pensei em dinheiro, não pensei em nada. Aí, eu chorei. Chorei muito. No dia seguinte, ela foi lá em casa pedir para que eu voltasse. Não voltei. Daí, comecei a trabalhar como faxineira em apartamentos num bairro de classe média alta de BH. No começo, ajudava a minha mãe. Depois, passei a trabalhar sozinha.
Em um deles, o dono da casa não me oferecia nem água. Às vezes passava o dia sem comer nada, pois em diversos momentos o almoço na minha casa só ficava pronto depois que minha mãe e eu chegávamos com o dinheiro da faxina (lágrimas…). Mas eu me vingava dele. Não tenho problemas em dizer isso.

Viomundo – De que maneira?
Luana Tolentino — Tinha prazer de deixar uma lista enorme de produtos para ele comprar. O que podia ser usado em um mês, eu gastava em 15 dias. De propósito. Acho que isso mostra que, embora tivesse apenas 16 anos, eu possuía consciência da exploração que vivia.
Mas nem tudo foi tristeza. Trabalhei num outro apartamento nesse mesmo bairro. O dono do apartamento me tratava com muito carinho. Ele dizia que gostava muito de mim. Dizia que eu vivia sorrindo. Elogiava o meu trabalho. Ele era gaúcho. Eu sabia muita coisa sobre a imigração. Ficava perguntando de qual país a família dele veio, como era a vida no sul. Falava da Segunda Guerra. Acho que ele gostava disso. Ele falava: “Você é muito inteligente, menina!” (risos…lágrimas). Quando eu chegava lá para trabalhar, ele dizia: “Luana, você pode comer o que você quiser. Não precisa pedir”. E quando eu chegava em casa, falava dele. Falava com carinho também, com alegria.

Viomundo – O que mais te marcou?
Luana Tolentino — Foi uma época de muito sofrimento, né? Em todos os sentidos. O tempo todo sendo humilhada, sendo aviltada, um monte de gente se achando no direito (lágrimas) de me tirar o que tenho como um princípio básico: a condição de ser humano que merece ser tratada com respeito (lágrimas).
Por outro lado, prefiro lembrar que, mesmo diante disso tudo, fui em frente. Criei recursos para suportar. Não desisti. Batalhei. Revidei. Virei o jogo. Além disso, penso que a vida foi generosa comigo. Sempre me deu muito. Tenho pais que não fizeram outra coisa na vida a não ser trabalhar para que meus irmãos e eu pudéssemos ser quem somos. A vida colocou pessoas boas no meu caminho que foram essenciais para que eu chegasse até aqui.

Viomundo – E essa história de que fez parte do grupo que a Globo ouviu para a novela, como foi isso?
Luana Tolentino — Foi por culpa do Viomundo (risos e mais risos). A pesquisadora chegou até mim por causa do texto das babás, que vocês publicaram. Ela estava fazendo uma pesquisa sobre o trabalho doméstico no Brasil e queria saber da minha história, das minhas experiências para construção do núcleo de empregadas domésticas. Sei que questões importantes, como a questão racial, não serão discutidas na novela. É um produto feito para entreter, com alguns padrões a serem seguidos, padrões invariavelmente racistas e machistas. Mas o fato de a pesquisadora ter pensado em apresentar empregadas de forma mais humanizada e menos estereotipada a partir da minha história me deixou muito feliz.

Viomundo – Você assiste à novela?
Luana TolentinoPrefiro não assistir  (risos).

Viomundo – O que acha de chamarem as domésticas de secretarias do lar?
 Luana Tolentino – Como diz a minha mãe, de boas intenções, o inferno está cheio.

Viomundo — Você trabalhou nessa área até quando?
Luana Tolentino — Dos 13 aos 17. Aí, consegui um emprego em telemarketing. Quando entrei na faculdade, voltei a trabalhar como faxineira para conseguir pagar os meus estudos.  Me fFormei no Centro Universitário de Belo Horizonte, uma faculdade particular. Trabalhava de segunda a sexta no telemarketing e, aos sábados, fazia faxina. Foi assim durante o primeiro ano da faculdade.
No telemarketing, especificamente, enfrentei novo tipo de barreira: o fator raça. Numa empresa, soube que a gerente, embora tivesse gostado muito de mim durante a entrevista,  ficou em dúvida pelo fato de eu ser negra. A vaga era para o setor de atendimento. Felizmente, fui contratada e os melhores números em vendas eram meus. Em outra empresa, eu era operadora de telemarketing e a gerente me colocou para lavar o banheiro. Pedi demissão e denunciei o fato ao Centro de Integração Empresa Escola. Eu tinha 17 anos. Em compensação, fui muito bem tratada na última empresa de telemarketing em que trabalhei antes de me formar.  Fui feliz lá. Era a única negra fora da área de serviços gerais.

Viomundo — O que é mais duro no emprego de doméstica?
Luana Tolentino — É o tratamento dado às empregadas domésticas, que muitas vezes são responsáveis pela criação e educação dos filhos dos patrões, que muitas vezes lhes devotam o amor de um filho. Não existe outra profissão que traga de maneira tão forte os resquícios dos anos de escravidão vividos no Brasil.
Eu me lembro bem da discussão em torno da regulamentação do emprego doméstico. Boa parte da elite e da classe média ficou enfurecida: “Vai gerar muito desemprego, porque não temos condições de arcar com as exigências da Lei”.
O Grupo Antiterrorista de Babás, do qual falei no texto publicado aqui, é uma prova disso. Um grupo de mulheres que se une para “combater” empregadas que reivindicam direitos concedidos a qualquer trabalhador: férias, folgas semanais, 13º salário. Isso mostra a forma como as trabalhadoras domésticas são vistas por muitos: pessoas de segunda categoria, que não merecem qualquer tipo de benefício.
Mas eu me alegro muito ao perceber que isso está mudando. Já se fala em “revolução das empregadas domésticas”. É um trabalho que tem se tornado cada vez mais caro e escasso. Tem havido uma mobilidade considerável. Mulheres que exerciam essa função têm migrado para outras áreas, ingressando em cursos técnicos e no ensino superior. Isso é maravilhoso!

Viomundo – Quando faxinava, lavava quintal, banheiro, te passava pela cabeça que hoje seria professora de História e pesquisadora de grupos de estudos da UFMG?
Luana Tolentino — Às vezes eu me faço essa pergunta. Nunca passou pela minha cabeça que eu seria empregada doméstica pra sempre. Eu me via fazendo as coisas que eu faço hoje. Juro! Quando lavava o banheiro, por exemplo, ficava imaginando a roupa que eu vestiria para fazer uma palestra – camisa branca, calça social e um scarpim de salto alto (risos). Me imaginava escrevendo. Fazia isso para amenizar tudo aquilo e também porque acreditava que era isso o que eu iria fazer.
Acho que nasci professora. Aos 10 anos, alfabetizei uma criança de 5. Quando entrou na escola, ela já sabia escrever o nome, o alfabeto, os números. Tudo ensinado por mim. Mas não me imaginava professora, afinal de contas, todo mundo dizia que ser professor não era bom, era loucura, ganhava mal e todas as leituras que as pessoas fazem da profissão, que, de certo modo, têm um fundo de verdade.
Mas também não conseguia pensar em nenhuma outra profissão (risos…).  Então, só aos 48 minutos do segundo tempo, quando não tinha mais jeito, aceitei (acho que essa é a melhor palavra) que seria professora. Aceitei na hora de fazer o vestibular. E hoje quando entro em sala de aula, quando atravesso os portões da UFMG, quando publico um texto aqui no Viomundo e vejo um monte de comentários, não sei explicar o que sinto. Gosto de olhar para a minha estante e ver que tenho uma infinidade de livros. Já não sei quantos são. É uma sensação de alegria, meu coração palpita. Não sei explicar.  Me sinto realizada.

Viomundo — Por que História?
Luana Tolentino — Nunca gostei da área de Exatas. Acho que História tem a ver com o meu desejo de querer mudar o mundo. Sou uma sonhadora, questionadora, “malcriada”. Sempre fui assim.

Viomundo — Como avalia a situação hoje do professor da rede pública de Minas?
Luana Tolentino — A situação da educação mineira não difere muito da de outras regiões do país. Baixos salários, escolas com falta de estrutura, violência contra professores. O ensino é precário. As escolas não cumprem o papel de formar cidadãos críticos, participativos. Poucos alunos conseguem ingressar em universidades públicas. A evasão é muito grande. Assim como é muito grande o número de alunos que conclui o ensino médio sem conseguir escrever corretamente nem ler e compreender um texto.
Estamos brigando por um direito que é nosso: o piso salarial, que também é baixo dada a importância da nossa profissão. E não há nenhum movimento por parte do Governo de que indique que essa situação irá mudar a curto prazo. Mas eu sou uma “realista esperançosa”. Minha preocupação maior  é com o meu trabalho, com o que eu posso fazer pelos meus alunos. Não estou satisfeita com as condições de trabalho oferecidas e espero em breve estar exercendo a minha profissão em outro lugar.
 
Viomundo – Mas está feliz com o que tem conseguido fazer atualmente?
Luana Tolentino – Muito! Amo o que faço. Dou aula na periferia. Trabalho principalmente a questão da cidadania e a questão racial. É muito bom ver os alunos mais confiantes, autoestima elevada, questionando a vida,  escola, o governo. Cada avanço é uma vitória pra mim.
Na última sexta-feira, levei um escritor de Cabo Verde lá na escola. Os alunos ficaram vidrados. Eram160 em silêncio numa quadra para ouvi-lo. Tiveram oportunidade de conhecer Pedro Matos, escritor africano que fala e escreve em cinco idiomas, faz Mestrado na UFMG, conhece a Europa. Enfim, pudemos desmistificar uma série de estereótipos negativos que eles tinham em relação à África. Eles se sentiram valorizados. Acredito que nunca esquecerão deste dia.

Viomundo — Sei que você lê muito. Sempre foi assim?
Luana Tolentino -- Na infância, o único presente que eu me lembro do meu pai ter dado a mim e a meus irmãos foi uma coleção de clássicos infantis.  Meu pai sempre priorizou a nossa educação. Não tínhamos TV em cores, vídeo-cassete, brinquedos… Mas, no início do ano, o material escolar estava todinho lá.
Além disso, meu pai é um homem que sempre leu muito. Ele lê qualquer coisa: jornal velho, bula de remédio, rótulo de maionese (risos). É um homem muito inteligente. Conversa sobre qualquer assunto. Então acho que esse gosto pela leitura veio dele.
Na adolescência, eu lia muito porque sonhava ser inteligente. Na minha cabeça ser inteligente era ler livros, assinar jornais, fazer palestras, dar entrevista no programa da Leda Nagle (risos), ouvir Chico Buarque, escrever livros, ter uma biblioteca em casa. E eu fui atrás desse sonho (lágrimas…).
Achava que gente inteligente lia a Veja (risos…). Tanto que, aos 16 anos assinei a Veja. (risos…). Aos 18, assinei a Folha. Hoje eu sei que, nessa área, fiz tudo errado! (risos…).
Quando cheguei à Faculdade, já conhecia muito de música brasileira: Chico Buarque, Dolores Duran, Elis, Paulinho da Viola. Meu interesse era pelo “lado B” da obra desses artistas. Afinal de contas, o “lado A” todo mundo conhecia.
Já havia lido Sartre, Dostoievski e muita coisa de literatura brasileira — Jorge Amado, Clarice Lispector, Graciliano Ramos (foi lá que aprendi o significado da palavra pederasta – achei o máximo!), Antonio Callado (ali entendi o que foi a ditadura militar), Machado, Lima Barreto (acho que foi ele que despertou a Luana militante do movimento negro) e muitos outros. Lendo Zélia Gattai comecei a me interessar por essas coisas de esquerda.  Aí, eu descobri que ler a Veja não era coisa de gente inteligente (risos…). Amava as crônicas do Nelson Rodrigues. Tudo pelo meu sonho de ser inteligente (lágrimas).
Se você observar, os autores que eu lia dizem muito sobre a maneira como eu vejo o mundo. Hoje vejo que isso era uma fuga. Tinha que fugir da vida difícil, das humilhações e do racismo, sim! Eu podia até não entender bem o que era racismo, mas na infância e na adolescência somos assolados por ele da forma mais perversa, através dos apelidos, das discriminações, da indiferença dos professores na escola.
Voltando à questão da fuga, às vezes eu pensava: “Luana, suas amigas não lêem a Folha e são felizes do mesmo jeito. Por que, em vez de pagar a assinatura da Folha você não compra um sapato?” Era um conflito muito grande. Mas eu não tenho dúvidas de que tudo isso valeu a pena. Boa parte da minha formação está aí.
Atualmente, leio mais textos acadêmicos e livros e artigos sobre a questão racial do que literatura. Além de historiadora, pesquiso literatura de autoria feminina e participo de um grupo de Literatura Afro-Brasileira, ambos na UFMG. Tenho bolsa numa pesquisa sobre imprensa feminina. Sinto falta de ler coisas sem compromisso, entende?

Viomundo – E o Estatuto da Igualdade Racial, como o avalia?
Luana Tolentino — No momento da aprovação, em 2010, houve um clima de decepção em função da questão das cotas terem ficado de fora. Passados dois anos, aqui estamos comemorando a decisão do STF [Supremo Tribunal Federal]. Ótimo, não? Isso é sinal de que avançamos. Por outro lado, a punição dos crimes de racismo ainda é muito pequena e um dos pontos principais do Estatuto era a criação de mecanismos para a punição efetiva desse tipo de delito. Políticas públicas em favor da juventude negra precisam ser postas em prática urgentemente. Tem acontecido um genocídio silencioso de jovens negros nas periferias do Brasil e pouca coisa tem sido feita para mudar essa realidade.

Viomundo — O que achou da surra que o DEM levou no STF em relação às cotas raciais?
Luana Tolentino – Foi de lavar a alma. Infelizmente eu não pude acompanhar a votação, meu computador estava sem áudio. Entendo a decisão do STF como o começo de um novo tempo. E, claro, de muitas lutas. Mas uma coisa precisa ser dita: a aprovação da Constitucionalidade das Cotas não foi uma concessão do Supremo Tribunal Federal. Assim como a implementação da lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da História dos Africanos e dos Afro-Brasileiros no currículo escolar, não foi uma benesse do governo Lula. Todas essas medidas que visam à equidade racial são fruto de lutas e reivindicações do Movimento Negro. Aqui, quando falo em Movimento Negro não estou me referindo apenas às Organizações ou aos Grupos, mas a todas as manifestações de apoio à causa negra. Sem a participação dos movimentos sociais nada disso teria sido possível.
 
Viomundo — O que diria para aqueles que continuam a condenar as cotas raciais?
Luana Tolentino — Sempre que a questão das cotas vem à tona penso logo no que foi dito pelo antropólogo Kabengele Munanga: “Qualquer proposta de mudança em benefício dos excluídos jamais receberia apoio unânime, sobretudo quando se trata de uma sociedade racista”. Eu acrescento: “Uma sociedade racista que não se assume como tal”.
Pesquisas realizadas por órgãos do Governo não deixam dúvidas quanto à situação de exclusão na qual vive a população negra no país. Não se pode admitir que um país onde mais de 50% da população é afrodescendente, apenas 4% dos afrodescendentes estejam matriculados em instituições de ensino superior. As cotas, como já foi comprovado em experiências realizadas em outros países, são um método eficaz de reparação e combate às desigualdades socioeconômicas. Ser contra as cotas é ser contrário também à existência de uma sociedade justa e igualitária.

Viomundo — Tem gente que diz que é a favor de cotas para os pobres e contra para os afrodescentes. O que tem a dizer sobre isso?
Luana Tolentino — Esse é um argumento muito utilizado pelos contrários às ações afirmativas. Esse fundamento advém do famigerado mito da democracia racial que, infelizmente, 80 anos depois de sua criação permanece muito vivo no imaginário coletivo. A idéia de que somos todos mestiços cumpre o papel de escamotear a discussão acerca das desigualdades provocadas pelo racismo e pela discriminação racial. Essas pessoas “esquecem” que as camadas pobres da sociedade são ocupadas majoritariamente por negros e pardos. Também que esse segmento da população é mais vulnerável à violência e enfrenta maiores dificuldades no acesso a bens públicos.

Viomundo – Você às vezes nos manda denúncias sobre racismo na propaganda. Acha que estamos melhorando nessa área?
Luana Tolentino — Sim. E mais uma vez devido às ações do movimento negro. O caso da propaganda da Caixa foi uma vitória inesquecível. A Caixa foi obrigada a refazer o comercial. E, mesmo depois de tudo esclarecido, eu ainda fui obrigada a ouvir: “O Machado de Assis não pode ser negro só porque você quer”.
Não é fácil lutar contra a ignorância. Mais recentemente o Conar [Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária] determinou que a cervejaria Devassa alterasse o comercial em função do teor racista e sexista. E, por fim, o cantor Alexandre Pires foi convocado a prestar esclarecimentos ao Ministério Público em função da conotação racista do vídeo Kong, onde pessoas são comparadas a macacos. Ah, já ia me esquecendo. O Azeite Gallo também foi obrigado a mudar sua peça publicitária.

Viomundo — Pelo que eu sei, você votou na presidenta Dilma. O que está achando do governo dela até agora?
Luana Tolentino – Eu tenho acompanhado mais de perto a questão dos movimentos sociais. E nesse segmento vejo que há insatisfação. Grupos de mulheres, homossexuais, indígenas e sem-terra têm criticado o retrocesso no que diz respeito à formulação de políticas públicas que garantam os direitos desses segmentos. Me preocupam  o aumento da violência contra os homossexuais e as mortes no campo. Também os impactos que podem ser trazidos pela construção da usina de Belo Monte e a aprovação do novo Código Florestal. Tem-se enfatizado que somos a 6ª maior economia do mundo, mas não consigo digerir que um país que atingiu este patamar tenha um sistema de educação pública tão deficiente e precário.

Viomundo — O que sonha para você?
Luana  TolentinoAcho que já sonhei muito (risos…). Agora eu quero é realizar.

Viomundo – E para o Brasil?
Luana Tolentino — Meus sonhos para o Brasil vão além das questões políticas e econômicas. Desejo que um dia todos nós, independentemente do que somos e das nossas escolhas, possamos ser respeitados e tratados como iguais, como semelhantes.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A água e as suas implicações

buscado no  Prezado...Cara Pálida

Fiz uma coletânea de assuntos que dizem respeito à água para traçar uma linha de raciocínio de forma que os leitores possam verificar o que está acontecendo nas questões geoestratégicas e econômicas desse precioso líquido que só damos valor quando temos que pagar caro por ele, ou então quando nos falta.

Tibiriçá



A água e os seres humanos

Sabemos que a água compõe (em peso) cerca de dois terços do corpo humano. Ela imprescindível para o bom funcionamento da circulação, respiração, converter os alimentos em energia e outros processos corporais. Perdemos água através do suor, urina, fezes e até mesmo a respiração. Esta água deve ser reabastecida para que os nossos órgãos de continuar a funcionar corretamente. No forte calor, um adulto pode perder até 1,5 litros de água através somente através do suor.
Estudos tem demonstrado que, se o corpo perder apenas 2,5% do seu peso em água, pode perder 25% de sua eficiência. Isso significa que: um homem de 80 kilos, provavelmente já desenvolverá problemas caso perca 2 litros da água corporal. Essa “pequena” desidratação pode engrossar o sangue, isso faz o coração trabalhar mais e circulação ser menos eficiente, prejudicando a oxigenação do corpo. Isso é um sinal de alerta!
Mas, quanto tempo o corpo humano aguenta sem água? Bem, supondo que se trata de alguém em boa forma, com o funcionamento normal de todos os seus órgãos e em condições normais (sem muito frio ou calor), um ser humano pode viver por cerca de 3 a 5 dias sem água. Mas, é claro que a degradação dos sentidos (olfato, visão, paladar, tato) e a queda nos sistemas do corpo (respiratório, circulatório etc) são obviamente graduais.
Uma desidratação leve (1º dia) engrossa a saliva, perde a frequência urinária e resulta numa urina com cor e odor fortes. Na desidratação moderada (do 2º ao 3º dia), a urina quase cessa – Claro, o corpo precisa economizar água – a boca, a mucosa do nariz ficam secas e pode gerar rachaduras, olhos fundos e sem lubrificação e batimentos cardíacos acelerados. A desidratação severa (do 3º dia em diante), a urina definitivamente cessa, perda temporária ou completa da sensibilidade e dos movimentos, cansaço devido a baixa oxigenação dos sistemas, vômito, diarréia. Até o 5º dia (dependendo da pessoa) há um estado de choque. A pele fica em tons azulados e muito fria, consequencia da perda de pressão sanguínea. A partir dessa fase, o fim da vida é questão de tempo.

Quanta água existe no mundo

Enquanto boa parte do mundo já encontra-se em estado de alerta em razão da falta de água potável, como é o caso da África Subsaariana e alguns países asiáticos, uma reserva subterrânea situada em plena Amazônia pode ser a maior do planeta, graças a um volume de 86 mil quilômetros cúbicos de água doce, o equivalente para abastecer a população mundial (atualmente estimada em sete bilhões) em até 100 vezes.

A reserva em questão é o
Aqüifero Alter do Chão, que foi alvo de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), cuja publicação foi feita em abril de 2010. Localizado sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá, o aquífero tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani (com 45 mil km³ de volume), até então considerado o maior do país e que também passa pela Argentina, Paraguai e Uruguai.

"Os estudos que temos são preliminares, mas há indicativos suficientes para dizer que se trata do maior aquífero do mundo, já que está sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. O que nos resta agora é convencer toda a cadeia científica do que estamos falando", afirmou ao portal
G1 Milton Matta, geólogo da UFPA.

O especialista adiantou que o Aquífero Alter do Chão deverá ter o nome mudado por ser homônimo de um dos principais pontos turísticos do Pará, o que costuma provocar enganos sobre a localização da reserva de água. Uma das sugestões é Aquífero Grande Amazônia, em razão de uma "visibilidade comercial mais interessante". Matta tenta concluir a segunda etapa do estudo junto ao patrocínio do Banco Mundial e outros apoiadores científicos.

Ele também destacou a qualidade da água que pode ser explorada no Alter do Chão. "A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente. No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea", comparou Oliveira.

Além do Guarani, que abrange os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estendendo-se à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai, e do Alter do Chão, o Brasil também possui outros aquíferos importantes, como é o caso do Urucuia (BA), Serra Grande (PI) e Cabeças (MA).
Se você despejasse toda a água do mundo em uma área do tamanho dos Estados Unidos e não pudesse contê-la, criaria um lago com 145 km de profundidade.
Quanto isso daria? Aproximadamente 525 milhões de quilômetros cúbicos de água de acordo com uma pesquisa geológica dos EUA. Aproximadamente 72% da superfície da Terra é coberta com água, mas 97% disso é água salgada, inadequada para ingestão. Portanto, alguns fatos sobre água doce:
70% da água doce está nas capotas polares.
Menos de 1% da água doce do mundo é facilmente acessível.

6 países (Brasil, Rússia, Canadá, Indonésia, China e Colômbia) possuem 50% das reservas mundiais de água doce.
Um terço da população mundial vive em países com problemas de abastecimento de água . A mesma quantidade de água doce que há na superfície do planeta em forma líquida está armazenada subterraneamente.

Política de distribuição da água

O nosso país é privilegiado. Temos gigantescas reservas de água praticamente em todos os Estados com exceção dos situados no semi-árido do Nordeste.
Isso não é nenhuma novidade! 
O que a maioria não sabe é que existem reservas simplesmente gigantescas, maiores ainda que aquelas contidas nos rios e lagos de superfície. São as reservas dos aquíferos subterrâneos.
A grande reserva Brasileira de água: os aquíferos subterrâneos
Lembre-se que no ciclo hidrológico, uma parte da água superficial penetra nas rochas permeáveis formando vastos lençóis freáticos também chamados de aquíferos.
O maior aqüífero conhecido do mundo, O AQÜÍFERO GUARANI, está localizado em rochas da Bacia Sedimentar do Paraná e ocupa uma área de mais de 1,2 milhões de km2. Este super-aquífero estende-se pelo Brasil, (Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 840.000 Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina, (255.000 Km²).
Este aqüífero pode conter mais de 40 mil quilômetros cúbicos de água o que é superior a toda a água contida nos rios e lagos de todo o planeta. Somente este fato poderia significar que o abastecimento de água Brasileiro estaria garantido , sem reciclagem e reaproveitamento por milhares e milhares de anos...imagine então se fizermos uma reciclagem, tratamento e reaproveitamento eficientes...teremos água para todo o sempre.
Estima-se que por ano o Aquífero Guarani receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional vindas da superfície. Este é um ponto que pode ser considerado um problema ou uma solução. Se estas águas superficiais estiverem contaminadas   o aquífero será terrivelmente atingido.
A água do Guarani já abastece muitas comunidades nos Estados do Sul-Sudeste do País.
Reservatórios subterrâneos de água potável são conhecidos em todos os terrenos e regiões do Brasil. Mesmo no semi-árido do Nordeste existem gigantescos reservatórios. Somente um deles possui um volume de 18 trilhões de metros cúbicos de água disponível para o consumo humano, volume este suficiente para abastecer toda a atual população brasileira por um período de, no mínimo, 60 anos isso sem reciclagem ou reaproveitamento desta água.
O potencial de descoberta de novos aquíferos, inclusive maiores do que o próprio Guarani é muito grande. É só lembrar que 3/4 dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície Brasileira correspondem a Bacias Sedimentares como a do Paraná. Todas estas bacias contém unidades sedimentares porosas e permeáveis que podem formar excelentes aquíferos de dimensões continentais.
Em sondagens profundas (>400m) na Bacia do Amazonas (PA) podemos constatar esta verdade. Intersectamos um gigantesco aqüífero com artesianismo que até hoje fornece água ininterrupta à comunidade da Transamazônica. Este reservatório, ainda não mapeado, foi intersectado em poucos furos distantes dezenas de quilômetros o que dá uma idéia de seu volume.
Mais interessante ainda é que os aquíferos tem uma água pura, sem poluentes ou contaminantes podendo ser utilizada diretamente para consumo. Em outras palavras uma água barata e pura que não necessita de tratamento.

Aspectos econômicos - comercialização da água 


Em Minas Gerais, o caso Nestlé na cidade de São Lourenço, no sul de Minas Gerais, uma das mais famosas estâncias hidrominerais do país, vem sendo vítima de uma criminosa conspiração, liderada pela multinacional, Nestlé que está pondo em risco o futuro de suas, medicinais e curativas, águas minerais.  leia mais aqui...


No Amazonas, navio abastece seus reservatórios com até 600 mil litros de água amazônica. O interesse está na qualidade da água dos afluentes que formam os rios da Amazônia que será vendida no exterior. Outro motivo de preocupação é a entrada de microorganismos do oceano nos rios.  hidropirataria...veja aqui  




Água com remédio - Lítio


Das substâncias que compõem a água mineral natural, o lítio é considerado um calmante natural. Encontrado também na água salgada, o lítio ajuda na depuração do ácido úrico. Mas é como ingrediente de tratamentos neurológicos que ele é mais conhecido.
Ele atua nos estados de humor, agindo contra o estresse, a agressividade, a ansiedade, o nervosismo, a irritabilidade, a depressão e a TPM. Suplementos de lítio são usados também no tratamento de transtornos bipolares.  leia mais aqui


Geopolítica da água e a paranóia conspiracionista


O presidente dos Estados Unidos, George Bush, comprou 40 mil hectares de terras no Paraguai, na região do Chaco, próximo ao Pantanal brasileiro em cima do aqüifero Guarani e de reservas de gás da Bolívia,  veja aqui   conforme Luis D'elia



 




Fonte: Os Links que constam no texto 

Puxadinho do blog
 Mudanças e divergencias

Americanos vendendo água da Amazônia

O apelo exótico da selva. Americanos vendendo água da Amazônia
 
EQUAretirada do solo
da Amazônia e distribuída nos EUA a partir de abril
Num mundo em que as roupas e os acessórios servem para demonstrar a que tribo se pertence, não basta tomar água mineral – é preciso escolher a marca certa. Os famosos de Hollywood já elegeram a sua: Bling, cuja garrafa esbranquiçada – de vidro, naturalmente – leva aplicações de cristal e custa a bagatela de 50 dólares. Entre os simples mortais, um critério freqüente para escolher a mineral que combine com a própria personalidade é a origem do produto. Quanto mais exótica, melhor. A Fiji é extraída de um aqüífero formado numa antiga cratera vulcânica na Ilha de Viti Levu, no Arquipélago Fiji. A Ty Nant vem do País de Gales, aquela charmosa parte da Grã-Bretanha que há séculos tem aspirações separatistas – o que tem seu charme numa Europa Ocidental de fronteiras já bem delimitadas.
Um dos lançamentos mais aguardados dos últimos tempos entre as águas de luxo é a Equa. Ela é extraída de uma fonte no coração da Floresta Amazônica brasileira. Sua história começa com o americano Jeff Moat, que trabalhou durante quinze anos em Manaus, onde tinha uma firma de exportação de pescados. Dois anos atrás, de volta ao Brasil, ele teve a idéia de analisar amostras das águas amazônicas. "As análises feitas em laboratórios americanos da fonte da Equa mostram que essa é a água mineral mais pura do mundo", exagera Moat. A Equa chegará ao mercado americano em abril do ano que vem, ao custo de 8 dólares a embalagem de 750 mililitros. O lançamento no Brasil está previsto para maio de 2009.
Assim como ocorreu com as águas engarrafadas tradicionais, o mercado das águas de luxo cresceu nos últimos anos. "O preço mais elevado desses produtos faz com que, apesar do número pequeno de consumidores, o setor movimente uma quantia significativa", disse a VEJA Gary Hemphill, diretor da consultoria americana Beverage Marketing, especializada em bebidas. Com a multiplicação das águas minerais chiques, já surgiram até especialistas em degustá-las – os sommeliers do H2O, presentes em alguns restaurantes americanos de luxo. "A água mineral será amanhã o que hoje é o vinho", diz Michael Mascha, fundador de um site dedicado a avaliar águas minerais de todo o planeta.
Paula Neiva

BLING
sucesso entre os famosos
de Hollywood
Origem Estados Unidos
Preço 50 dólares (750 ml)

FIJI
o fascínio dos mares do sul ajuda nas vendas
Origem Ilhas Fiji
Preço 1,5 dólar (330 ml)


VOSS
a embalagem lembra o frio nórdico
Origem Noruega
Preço 1,6 dólar (375 ml)





TY NANT
garrafa com design premiado
Origem País de Gales
Preço 3 dólares (710 ml)


Navios-tanque traficam água de rios da Amazônia

 

Falta de fiscalização facilita a ação de criminosos. Autoridades brasileiras já foram informadas da situação
É assustador o tráfico de água doce no Brasil. A denúncia está na revista jurídica Consulex 310, de dezembro do ano passado, num texto sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o mercado internacional de água. A revista denuncia: “Navios-tanque estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas”. Empresas internacionais até já criarem novas tecnologias para a captação da água. Uma delas, a Nordic Water Supply Co., empresa da Noruega, já firmou contrato de exportação de água com essa técnica para a Grécia, Oriente Médio, Madeira e Caribe.

A defesa das águas brasileiras está na Constituição Federal, no Artigo 20, que
 trata dos bens da União. Em seu Inciso III , a legislação determina que rios 
e quaisquer correntes de água no território nacional, inclusive o 
espaço do mar territorial, pertencem à União. Isso é complementado 
pela Lei 9.433/1997, 
que trata da Política Nacional de Recursos Hídricos, 
em seu Artigo I , Inciso II, 
que estabelece ser a água recurso limitado, dotado de valor econômico, e determina 
que o poder público seja responsável pela licença para uso dos recursos hídricos, “como
 derivação ou captação de parcela de água”. A ingerência estrangeira nos
 recursos naturais da Amazônia tem aumentado significativamente 
nos últimos anos. Seja por ação de 
empresas multinacionais,
 pesquisadores estrangeiros autônomos
 ou pelas missões religiosas internacionais.

http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2010/12/aquifero-guarani.html
 
 
Leia também no blog 
Jader Resende

A ocupação da América do Sul

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Água, mas não para todos

Aquífero Guarani está contaminado por agrotóxicos

As águas turvas da Nestlé.

AS RAZÕES DA IV FROTA - Cap I - O PLANETA ÁGUA

Aquífero Guarani

Fazendas de água

Fluxo: Pelo Amor à Água (1/8)

O valor da água

Navios-tanque traficam água de rios da Amazônia

Vovo Água

Água é um bem universal

A guerra da água na Bolívia, em 2000, foi um exemplo para a humanidade

Pouca água, muita gente

Beba água


Embrapa e Monsanto, “uma arquitetura porosa e criativa”*

buscado no Matutações


Em 2010, nove projetos da Embrapa, envolvendo as culturas do arroz, feijão, algodão, milho e cana-de-açúcar, receberam R$ 5,9 milhões de reais provenientes do Fundo de Pesquisa Embrapa-Monsanto. Os recursos foram repassados em solenidade realizada na sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO). Os valores são oriundos do compartilhamento dos direitos de propriedade intelectual, a título de royalties, sobre a comercialização de variedades de soja da Embrapa com a tecnologia Roundup Ready® na safra 2009/2010. Leia mais no fim do post (ou clique na foto para ir diretamente para lá)
Em 2010, nove projetos da Embrapa, envolvendo as culturas do arroz, feijão, algodão, milho e cana-de-açúcar, receberam R$ 5,9 milhões de reais provenientes do Fundo de Pesquisa Embrapa-Monsanto. Os recursos foram repassados em solenidade realizada na sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO). Os valores são oriundos do compartilhamento dos direitos de propriedade intelectual, a título de royalties, sobre a comercialização de variedades de soja da Embrapa com a tecnologia Roundup Ready® na safra 2009/2010. 

Leia mais no fim do post (ou clique na foto para ir diretamente para lá)

* a metáfora esponjosa é de autoria do Ministro da Agricultura Mendes Ribeiro (aqui)

A onda neoliberal que vem dando sentido hegemônico às maneiras de se conceber e mudar o mundo a partir da perspectiva capitalista, mais fortemente desde a década de 1990, envolveu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de forma incontestável, acentuando a sua estratégica de geração de tecnologias no sentido da artificialização da agricultura.

Por Horacio Martins de Carvalho em 16/12/2010 para a página do MST

Curitiba – A onda neoliberal que vem dando sentido hegemônico às maneiras de se conceber e mudar o mundo a partir da perspectiva capitalista, mais fortemente desde a década de 1990, envolveu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de forma incontestável, acentuando a sua estratégica de geração de tecnologias no sentido da artificialização da agricultura.
Essa empresa estatal de pesquisa agropecuária tem contribuído desde a sua constituição, em abril de 1973, para a expansão e melhoria técnica relativa da agricultura no Brasil.
O volume e qualidade da maioria dos resultados obtidos, a formação de pessoal técnico-científico, a difusão técnica no nível dos produtores rurais e a sua expansão institucional no âmbito da cooperação internacional a colocam como uma das instituições mais eficientes do país e com presença respeitável nos meios técnico-científicos mundiais.
Essa qualificação anterior, no entanto, não a exime de responsabilidades nem de desvios político-ideológicos que a tem induzido para resultados que são – seria ingenuidade sugerir como involuntários – afirmadores das desigualdades sociais no campo.
A opção política estratégica de apoio técnico-científico ao agronegócio, de efetivação de acordos de cooperação com empresas transnacionais de caráter monopolista – como emblematicamente se concretizou com a Monsanto – e a aceitação e geração de produtos da sua própria pesquisa a partir dos organismos geneticamente modificados (OGMs), ainda que no âmbito de uma ampla diversificação de produção tecnológica, não deixa de marcar o sentido hegemônico da direção técnico-científica que vem adotando.
A Embrapa segue esse caminho ao enveredar pelos caminhos da artificialização da agricultura, em consonância com os interesses das grandes empresas capitalistas transnacionais, sejam elas as produtoras de insumos para a agricultura sejam aquelas que comercializam os produtos dela obtidos.
Isso, supostamente, se verifica no âmbito de contradições técnico-científicas internas ao corpo técnico e administrativo da Embrapa. Mesmo assim, a concepção reinante sobre a agricultura familiar e camponesa, iniciativas de produção que representam a maioria dos estabelecimentos rurais no país, se mantém como de atrelamento subalterno ao agronegócio, como se afirma no site de sua Missão e Atuação1:

“(…) programas de pesquisa específicos conseguiram organizar tecnologias e sistemas de produção para aumentar a eficiência da agricultura familiar e incorporar pequenos produtores no agronegócio, garantindo melhoria na sua renda e bem-estar.”

Público x privado
Embrapa foi constituída e se mantém suportada por recursos públicos. Isso significa implicitamente que a sua prática de geração de tecnologias deve (deveria), antes de tudo, estar a serviço da maioria da população brasileira que produz no campo.
Todavia, quando a direção hegemônica da empresa abre espaço para a consolidação de acordos como o realizado com a Monsanto desde 2005/2006, e o reafirmando em 29 de novembro p.p. com o aporte de recursos dessa empresa transnacional ao Fundo de Pesquisa Embrapa-Monsanto2, fica mais explícito o caráter real do sentido da produção tecnológica dessa empresa, ainda que estatal.
Ela se insere no processo governamental mais amplo de sustentação do capital privado nacional e multinacional do agronegócio, mais recentemente através das parcerias público-privado.
Não há dúvida de que os acordos com empresas multinacionais como a Monsanto apequenam a Embrapa e comprometem a relativa autonomia técnico-científica que deveriam ter seus técnicos e administradores perante o grande capital nacional e transnacional.
Essa parceria do tipo público-privado, como a efetuada há tempos com a Monsanto, joga o que poderia se considerar como o melhor da história institucional da Embrapa na vala comum da mercantilização do saber. Além disso, coloca sérias interrogações sobre o caráter que se reveste a área de cooperação técnico-científica internacional quando esta afirma ser ‘principalmente a pesquisa em parceria e a transferência de tecnologia’ (sic).
Supostamente o que se espera de uma empresa estatal, mesmo submetida a diferentes pressões políticas, é que seus resultados técnicos se enquadrem como serviços públicos.

“O conceito de técnica mostra que deve ser, por necessidade, patrimônio da espécie. Sua função consiste em ligar os homens na realização das ações construtivas comuns. Constitui um bem humano que, por definição, não conhece barreiras ou direitos de propriedade, porque o único proprietário dele é a humanidade inteira. A técnica, identificada à ação do homem sobre o mundo, não discrimina quais indivíduos dela devem se apossar, com exclusão dos outros. Sendo o modo pelo qual se realiza e se mede o avanço do processo de humanização, diz respeito à totalidade da espécie.”3

Mercantilização
Não se supõe que reine na Embrapa o mito da neutralidade científica. Todavia, não se espera por outro lado que a direção hegemônica da empresa esteja identificada com os interesses produtivistas das empresas privadas nacionais e transnacionais e da mercantilização da produção tecnológica como disso é exemplo a sua parceria com a Monsanto.
Ora, essa hegemonia dos interesses do agronegócio e das empresas transnacionais no seio da Embrapa se torna politicamente mais comprometedora quando se expande a sua capacidade de transferência de tecnologia para paises considerados em desenvolvimento no âmbito de uma cooperação Sul-Sul, como o que se está implantando na cooperação com paises da África, América Latina e Caribe.
Será que já não é demais a pressão que Banco Mundial, OMC, FMI e FAO exercem sobre esses paises em desenvolvimento para incorporarem no seu que-fazer da produção no campo as mercadorias e serviços denominados de ‘tecnologias para o desenvolvimento da agricultura’, pacotes tecnológicos esses produzidos (em parcerias) pelas empresas transnacionais de insumos?
Vai então a Embrapa, uma empresa estatal brasileira, se somar ao esforço anti-social e anti-ecológico de artificialização da agricultura e da dependência (neocolonial) dessas economias rurais aos interesses dos grandes conglomerados da indústria química como Monsanto, Bayer, Basf, Syngenta, Dow e DuPont? Sem duvida alguma que isso seria, ou já é, desolador.

“(…) Mesmo que explicitamente não pretenda se impor como um empreendimento totalitário, a ciência já comporta em si mesma, implicitamente, a possibilidade de tal projeto (o sentido que ela projeta sobre o homem e o mundo só pode ser o único possível). Seus êxitos retumbantes levam-na, talvez inconscientemente, a impor-se como única dimensão possível do sentido. Sua atitude fundamental diante do mundo neutraliza todas as outras atitudes. Donde o risco de tornar-se totalizante e autoritária.”4

Por Horacio Martins de Carvalho em 16/12/2010
Engenheiro agrônomo e
cientista social
Especial para a Página do MST
1 Site da EMBRAPA. http://www.embrapa.gov.br/a_embrapa/missao_e_atuacao(acesso 15/12/2010, 08:00 horas)
2 http://www.agromundo.com.br (consulta 14 dez 2010; 09:40 horas)
3 Pinto, Álvaro Vieira (2005). O conceito de tecnologia, vol. I. Rio de Janeiro, Contraponto, 2v. , p. 269.
4 Japiassu, Hilton (1975). O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro, Imago Editora Ltda, p. 169.


November 29, 2010
Nove projetos da Embrapa, envolvendo as culturas do arroz, feijão, algodão, milho e cana-de-açúcar, receberam R$ 5,9 milhões de reais provenientes do Fundo de Pesquisa Embrapa-Monsanto. Os recursos foram repassados em solenidade realizada na segunda-feira(29) na sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO). Os valores são oriundos do compartilhamento dos direitos de propriedade intelectual, a título de royalties, sobre a comercialização de variedades de soja da Embrapa com a tecnologia Roundup Ready® na safra 2009/2010.
Entre as iniciativas apoiadas estão estudos ligados à obtenção de resistência do feijoeiro, via engenharia genética, à doença mofo branco; à transformação do arroz por genes relacionados à tolerância à seca e ao aumento do potencial produtivo; e à prospecção de genes para melhoramento genético da cana-de-açúcar, visando tolerância à seca. Os projetos foram escolhidos por meio do comitê gestor do Fundo de Pesquisa, o qual desde 2006 já investiu mais de R$ 25 milhões de reais em dezenas de pesquisa, em sua maioria na área de biotecnologia.
Na solenidade de repasse dos recursos, o presidente da Monsanto do Brasil, André Dias, ressaltou a importância do trabalho entre as duas empresas. “Por conta das demandas crescentes, é preciso um esforço conjunto para que possamos produzir mais, conservar mais e melhorar a vida de quem trabalha na agricultura e de toda a população que consome os produtos gerados no campo. Logo, sentimos imenso orgulho em termos como parceiros a Embrapa, referência mundial no desenvolvimento de pesquisas agrícolas”, afirmou.
Para a Embrapa, a Monsanto é uma aliada para levar adiante os avanços no meio rural. “A biotecnologia é uma área do conhecimento fundamental para enfrentarmos os desafios do século 21 diante das mudanças climáticas e esperamos que essa aliança entre as duas empresas se prolongue e ajude a fomentar o ambiente de inovação para o desenvolvimento agrícola nacional”, completou o diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França.
Projetos contemplados pelo Fundo de Pesquisa Embrapa-Monsanto
Feijão resistente ao mofo branco via engenharia genética;
  1. Melhoramento de algodão convencional resistente ao nematóide das galhas;
  2. Desenvolvimento da plataforma de dados sobre os biomas brasileiros;
  3. Estudo do impacto ambiental do milho transgênico Bt sobre a entomofauna, microbiota do solo e produção de grãos;
  4. Programa de contenção e rastreamento para desenvolvimento de genótipos de algodão tolerantes ao glifosato e resistentes aos insetos;
  5. Identificação de plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato;
  6. Formulação de biopesticidas à base de vírus, fungos e bactérias para o controle da lagarta do cartucho;
  7. Transformação de arroz com genes relacionados à tolerância à seca e ao aumento do potencial produtivo;
  8. Prospecção de genes de cana-de-açúcar para melhoramento genético, visando tolerância à seca.
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