domingo, 16 de outubro de 2011

Michel Foucault: - Principais ideias

Michel Foucault: principais idéias Foucault publicou mais de 30 livros ao longo da sua vida. Toda a sua obra é um exaustivo trabalho de arqueologia do saber ocidental, pondo em evidência as estruturas conceituais que determinam as articulações entre o saber e o poder. A sua obra pode ser dividida em três fases fundamentais: *Estudos sobre a loucura no mundo Ocidental *Estudo sobre a rede conceitual dos saberes *Estudo sobre o poder, prisões e sexualidade Foucault fundou o Grupo de Informação sobre as Prisões (GIP), como forma de intervenção específica sobre a realidade. Em resposta a um longo artigo que seu ex-professor Althusser publicou em La Pensée, no qual os aparelhos de estado se diferencia segundo funcionem pela violência ou pela ideologia, Foucault escreve um artigo que critica esta distinção. Esse artigo vai resultar cinco anos depois, 1975, na publicação do livro Vigiar e Punir. Foucault busca estudar as relações de poder nas prisões onde o poder não se mascara. Para Foucault: “Todas as violências e arbitrariedades são possíveis na prisão, mesmo que a lei diga o contrário, porque a sociedade não só tolera, mas exige que o delinqüente sofra”. Foucault busca estudar as relações de poder fora da concepção do Estado. Para ele o poder não seria propriedade de uma classe que o teria conquistado (Isso vai contestar a posição de Marx de tomada do poder). Para Foucault, o poder acontece em termos de relações de poder. No século XVIII houve uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder. Nesse bojo surge a disciplina como método de controle minucioso dos corpos supondo um binômio de docilidade-utilidade, esquadrinhando o espaço, o tempo e os movimentos. Essa ação sobre o corpo não opera simplesmente pela consciência, pois, é também biológica e corporal. É, pois, justamente esse aspecto que explica o fato de que o corpo humano seja alvo, pela prisão, não para supliciá-lo, mutilá-lo, mas para adestrá-lo e aprimorá-lo. Convinha formular mecanismo que a um só tempo transformava os corpos em obedientes e úteis. Exercitados para o trabalho e inertes politicamente.As ordens não precisam ser entendidas, apenas decodificadas algo que decorre da correlação de forças.Todos devem ser dóceis, subordinados e se entregar aos exercícios para conseguir a gratificação de estar entre os melhores.Os regulamentos ficam cada vez mais minuciosos e austeros ; exames e inspeções passam a ser cotidiano ; o controle sobre tudo e todos toma forma na escola, no hospital e na indústria.Um dos principais mecanismo é a seriação de indivíduos, colocá-los em fila classificando-os, individualizando os corpos.A disciplina é celular e solitária.Outra questão que se coloca é que; corpo é alvo de poder e serve de fonte para formulação de novas formas de saber.O saber então vira mais um mecanismo de controle fazendo do indivíduo um objeto descritível e analisável, correlato ao surgimento das ciências do homem.
Não é mais necessário impor penas e sanções aos vigiados para obter bom comportamento ; basta o temor de ter todos seus atos vistos e analisados.O indivíduo torna-se seu próprio "carrasco".Segundo Foucault a anatomia política desenvolve seus efeitos segundo três direções privilegiadas: o poder, o corpo e o saber. Essas direções não são isoladas uma das outras, pois, correlacionam-se. Foucault argumenta que toda uma tradição falou do poder procurando sua origem, suas condições, suas causas, reduzindo ou aplicando-o a outra coisa. Diz ele: "foi preciso esperar o século XIX para saber o que era a exploração; mas talvez ainda não se saiba o que é o poder. E Marx e Freud talvez não sejam suficientes para nos ajudar a conhecer esta coisa tão enigmática, ao mesmo tempo visível, presente e oculta, investida em toda parte, que se chama poder." Para Foucault a lei é uma gestão dos ilegalismos, permitidos a uns - tornando-os possíveis ou inventando-os como privilégio da classe dominante - e tolerando outros - como compensação às classes dominadas - ou, mesmo, fazendo-os servir à classe dominante. A lei proíbe, isola e toma outros ilegalismos como objeto, mas também como meio de dominação. Em seu livro “Vigiar e punir”, Foucault irá demarcar o nascimento da prisão no século XIX, como uma instituição de fato. Esta surge sem uma justificação teórica, aparecendo num determinado momento como necessária na construção da rede do poder para controlar todas as formas de ilegalismos. Segundo Foucault desde seu nascimento a prisão deveria ser um instrumento tão aperfeiçoado de transformação e ação sobre os indivíduos como a escola, o exército ou o hospital. Foucault chama-as de "instituições de seqüestro", em razão de que a reclusão submetida, não pretende propriamente "excluir" o indivíduo recluso, mas, sobretudo, "incluí-lo" num sistema normalizador. A forma como se exercem os mecanismos de vigilância, controle e correção sobre o indivíduo, pode ser percebida, por exemplo, no interior da prisão, quando o preso está submetido a um saber clínico, de observação, através das complexas técnicas de exame da Psicologia, Psiquiatria, Psicopatologia, Criminologia, Antropologia e Sociologia.



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