domingo, 6 de junho de 2010

Origens do conflito entre Israel e a Palestina

Tradução em língua portuguesa de uma obra muito importante para a compreensão dum dos mais injustos e violentos conflitos da actualidade.

AS ORIGENS DO CONFLITO ENTRE ISRAEL E A PALESTINA
..
The Origin of the Palestine-Israel Conflict,
colhido junto da organização de judeus Norte Americanos
"If Americans Knew"
Publicado pela organização :
Jews for Justice in the Middle East


Índice dos principais capítulos:


Introdução

Antiguidade

Período do Mandato Britânico – 1920/1948

A Partilha da Palestina pelas Nações Unidas

Cidadania e Expulsão

A guerra de 1967 e a ocupação israelita da Cisjordânia e da Faixa de Gaza

A História do Terrorismo na Região

Vozes judaicas que criticam o sionismo

O SIONISMO E O HOLOCAUSTO

Considerações gerais

Fundamentalismo judeu em Israel

Intifada 2000 e o “processo de Paz”

Uma visão do futuro

CONCLUSÕES – I (para leitores judeus)

CONCLUSÕES – II (para leitores não judeus)


Continuando a perda de vidas no Médio Oriente, achamos que a procura de uma solução justa tem de passar pela compreensão das origens do conflito. Dir-nos-á a sabedoria convencional, embora ambos os lados cometam erros, que os Palestinos são “terroristas” irracionais, a cujo ponto de vista não vale a pena dar ouvidos.
No entanto, a nossa posição é a de que os Palestinos têm uma razão de queixa real: aquela que foi a sua pátria por mais de mil anos foi-lhes arrancada contra a sua vontade, predominantemente pela força, durante a criação do Estado de Israel. E todos os crimes subsequentes – cometidos por ambos os lados – derivaram inevitavelmente dessa injustiça inicial.

Este trabalho traça o perfil da história da Palestina para demonstrar como teve lugar este processo e qual seria o tipo de solução adequada para este problema moral.
Se o leitor se preocupa de facto com os povos do Médio Oriente, sejam árabes ou judeus, deve a si mesmo a leitura deste relato, que é uma visão do outro lado dos acontecimentos históricos.
 

Introdução

A posição sionista habitual é de que os judeus apareceram na Palestina nos fins do sec. XIX, reclamando a posse da sua pátria ancestral.
Os Judeus compraram terra e começaram a construir a comunidade Judia naquele local. Enfrentaram uma oposição cada vez mais violenta dos árabes palestinos, que teria derivado dum anti-semitismo inato da parte destes.
Os sionistas viram-se forçados a defender-se e, duma maneira geral, é essa a situação até aos dias de hoje.

O problema desta visão das coisas é de que, pura e simplesmente, não corresponde à verdade, tal como iremos documentar mais adiante.

O que aconteceu de facto é que o movimento sionista, desde o início, teve o intuito de desapossar totalmente os árabes originários, de modo a garantir que Israel pudesse ser um estado totalmente judeu, ou tão próximo disso quanto possível.
A terra adquirida pelo Fundo Nacional Judaico foi registada em nome do povo judaico com a disposição de que jamais poderia ser vendida ou de qualquer forma cedida a árabes (situação que é mantida até ao presente).

A comunidade árabe, à medida que se foi apercebendo das intenções judaicas, cada vez mais se opôs ao aumento da imigração de judeus e à compra de terras por parte destes, dado que isso colocava um perigo real e iminente à própria existência da sociedade árabe na Palestina. Devido a esta oposição, nunca teria sido possível levar por diante o projecto sionista como um todo, sem o apoio militar britânico.
A vasta maoiria da população da Palestina tinha sido de origem árabe, não obstante, desde o sec VII (isto é, durante mais de 1.200 anos).
Em resumo, o sionismo baseou-se numa concepção errada do mundo, colonialista no sentido em que não considerava os direitos da população pré-existente.

A oposição árabe ao sionismo não se baseou em nenhuma forma de anti-semitismo, mas essencialmente no receio totalmente razoável de usurpação do seu próprio território.
Devemos esclarecer, além do mais, na nossa qualidade de judeus que as posições que aqui defendemos representam UMA CRÍTICA AO SIONISMO e de modo nenhum UMA POSIÇÃO ANTI-SEMITA.

Não cremos que os judeus tenham actuado pior do que qualquer outro grupo nas mesmas circunstâncias.
Os SIONISTAS (que eram uma minoria especial de judeus até depois da 2ª Guerra Mundial) tinham a compreensível aspiração de estabelecer um local onde os judeus pudessem ser donos do seu próprio destino, dada a negra história das perseguições anti-semitas.
Especialmente depois do perigo que o fim dos anos trinta, e seguintes, constituiu para os judeus residentes na Europa, as diligências empreendidas pelos sionistas foram ditadas por autêntico desespero.

Leia mais na  Fonte: Palestina usurpada

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2 comentários:

Athena disse...

Fez muito bem em publicar esse texto. Julgo que não é muito conhecido e, no entanto, é bastante importante para a compreensão do que se passa na Palestina.

jader resende disse...

Eu mesmo não conhecia.